“Tarifa acima da média, mas necessária”: especialista explica leilão da BR-381

Vencido pela gestora 4UM, o leilão trouxe à tona discussões importantes sobre o investimento necessário para as melhorias a “rodovia da morte”

A concessão da BR-381, ligando Belo Horizonte a Governador Valadares, pretende transformar um dos trechos mais perigosos de Minas Gerais. Vencido pela gestora 4UM, antiga J. Malucelli, o leilão trouxe à tona discussões importantes sobre o investimento necessário para as melhorias na chamada “rodovia da morte”, por conta dos altos índices de acidentes na região.  

De acordo com o engenheiro especialista em concessão de rodovias, Igor Souza, as tarifas mais altas são justificáveis. “De fato, é uma tarifa que está acima da média das concessões do governo. No entanto, é um trecho que vai exigir muitas obras. Por isso, as tarifas mais altas tornam o investimento interessante para a iniciativa privada”, explicou, em entrevista ao Tempo News Segunda Edição, da FM O TEMPO.  

O projeto prevê a concessão de 30 anos para a empresa, abrangendo 303,4 km de estrada entre Sabará e Governador Valadares. Entre as melhorias estão a duplicação de vias, construção de faixas adicionais e a realização de 51 correções de traçado, além de passarelas e pontos de parada para caminhoneiros. O objetivo é reduzir os acidentes e as mortes na rodovia. 

Igor Souza apontou que mudanças no edital foram essenciais para atrair investidores, destacando a retirada da BR-262 do pacote de concessões. “Duas mudanças feitas no edital foram muito importantes. Primeiro: retirar a BR-262 (entre João Monlevade até o Espírito Santo) e, para o investidor, ficou mais atrativo. Esse trecho exigia muitas obras de duplicação de via. A retirada facilitou a realização do edital.” 


O especialista também mencionou a importância da decisão do governo federal de assumir as obras do trecho mais crítico, entre Belo Horizonte e Caeté. “O Governo foi inteligente e tomou pra si as obras deste primeiro trecho. Nesta região, todas as melhorias serão feitas pelo Governo Federal e depois a concessionária assumirá.” 


Souza acredita que a concessão trará benefícios para a população mineira, principalmente no que diz respeito à segurança. “Nós, como mineiros, temos que ficar felizes com essa concessão. A tendência, a partir de agora, é de que haja a redução de sinistros e também no número de óbitos.” Mesmo com as tarifas acima da média, o especialista considera o investimento fundamental para o futuro da rodovia e da região. 

Fonte: O Tempo

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