O ritmo mais lento da comercialização de soja e milho nesta safra tem influenciado nos preços de fretes praticados no país. Na maioria das praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) as cotações dos serviços de transporte dos produtos agropecuários se encontram em níveis abaixo do praticado no mesmo período do ano passado, aponta boletim logístico da estatal.
Em Mato Grosso, o frete de Primavera com origem para Santos (SP) recuou 10% em abril quando comparado com o mesmo período do ano passado, para R$ 370 a tonelada.
“Em abril já foi possível observar redução na oferta de caminhões em Mato Grosso, em grande parte devido à migração para outros Estados, que têm demandado transportes. Além disso, a proximidade do início da colheita de milho, tem feito com que espaços precisem ser liberados nos armazéns. Desta forma, alguma reação tem sido observada no mercado e maiores preços têm sido atribuídos aos fretes rodoviários”, disse, em nota, o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.
Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul os preços de frete também se encontram menores que os do mesmo período do ano passado, mas há sinalização de reversão do quadro nos próximos meses. Segundo a Conab, ao considerar o trajeto Dourados a Maringá, a queda no frete foi de 22%, com o valor de R$ 91,33 a tonelada.
“Em Mato Grosso do Sul, as cotações se mantiveram ainda com tendência de baixa em abril, mas já se começa a registrar ligeiro aumento na movimentação de cargas no período”, pondera Guth.
Na Bahia, o frete saindo de Luís Eduardo Magalhães com destino a Salvador ficou em R$ 200 a tonelada em abril, redução de 42% no mesmo período do ano passado.
Segundo a estatal, além da demanda mais fraca, a alta oferta de prestadores do serviço influencia ainda mais nas baixas cotações.
Cenário semelhante é observado em Goiás, onde mesmo com a finalização da colheita nas regiões produtoras, a demanda por fretes foi baixa.
“Produtores comercializam pequenas quantidades para honrar os compromissos e a maior parte da produção está sendo estocada em armazéns próprios ou de terceiros”, disse a Conab, no boletim. O preço do frete com origem em Rio Verde, com destino a Imbituba (SC) caiu 11%, para R$ 260 a tonelada.
A exceção foi verificada em Minas Gerais. Quando comparado os preços de frete praticados em abril deste ano com o mesmo período do ano anterior há aumento, em alguns casos, de até 24%, a R$ 105 a tonelada, para cargas saindo de Patos de Minas com destino a Uberlândia.
“Essa elevação pode ser explicada pela alta de 4,4% no volume das exportações mineiras do agronegócio no primeiro trimestre de 2024 em relação ao primeiro trimestre de 2023. Destaque para os embarques de café e açúcar”, destacou a companhia.
No entanto, as cotações do serviço se mantiveram relativamente estáveis em relação a março de 2024. Para a mesma rota mineira citada anteriormente, houve elevação de apenas 1% em abril na comparação com o mês imediatamente anterior.
Fonte: Globo Rural