Em 2024, Minas Gerais representou 12,1% do total deste tipo de sinistro, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro; porém houve queda frente a 2023
Minas Gerais foi o terceiro estado com mais roubo de cargas no País em 2024, com 12,1% do total, menor que os 13% registrados em 2023. A primeira posição foi ocupada por São Paulo, que totalizou 45,8% dos sinistros, seguido por Rio de Janeiro, com 25%. Os dados foram divulgados no report “Análise de Roubo de Cargas” de 2024 da nstech, empresa de software para supply chain. Os números foram obtidos pelas três gerenciadoras de risco do grupo: BRK, Buonny e Opentech.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, concorda com os dados do estudo. “Infelizmente, é essa a situação, mesmo com os constantes investimentos em tecnologia e segurança feitos pelas empresas do setor”, diz. Ele observa que Minas Gerais é corredor de passagem de carga no País.
Para o dirigente, a impunidade faz com que os crimes continuem acontecendo. Ele conta que o problema afeta empresas de diversos ramos de atuação, com destaque para as cargas fracionadas (mercadorias de diversos segmentos em um mesmo veículo) e produtos alimentícios. “ A preferência são por itens de maior valor agregado, produtos mais fáceis de serem comercializados, o que não quer dizer que cargas de aço e minério não sejam roubadas”, observa.
No que se refere às regiões do País, o estudo mostra que a Sudeste foi a recordista em prejuízos envolvendo roubo de carga, avançando de 82,9% em 2023 para 83,6% em 2024. O Nordeste somou 11,7% dos sinistros, à frente do Sul (2%), Centro-Oeste (1,8%) e Norte (0,9%). A divisão dos prejuízos se assemelha à de 2023, exceto pelo Sul, que apresentou redução de 6,5% para 2%.
Rodovia campeã
A respeito de Minas Gerais, o estudo mostra que a BR-381 foi a campeã nos prejuízos por roubo de cargas em 2024, representando 32,2% do valor. Em 2023, o percentual foi de 29,9%, consolidando a rodovia como a mais crítica do Estado.
Os trechos urbanos aparecem com 13,1% do total em 2024, panorama bem diferente do ano anterior, quando representavam 4% dos prejuízos. Os maiores sinistros ficaram com cargas fracionadas (61,8%) e alimentos (21,9%). Itens de higiene e limpeza aparecem em terceiro lugar de prejuízos por segmento, com 8,9% do total.
Período com mais roubo
De acordo com o levantamento, em Minas, o período da madrugada concentrou 51,9% dos roubos (em valor de prejuízo), assim como as quintas-feiras (27,4%). Em 2023, as noites e as quartas-feiras lideravam esse ranking, representando, respectivamente, 42,7% e 23,9% dos prejuízos.
No Rio de Janeiro, as tardes (38%) foram os horários mais vulneráveis para roubos, enquanto quintas-feiras (21,8%) e quartas-feiras (18,5%) foram os dias mais perigosos.
Em São Paulo, o período mais crítico foi à noite (41,5%). Segunda-feira foi o dia da semana com maior incidência (26,8%). Em 2023, o dia correspondia a menos de 15% do total, um aumento de 11 pontos percentuais.
A nível nacional, o roubo de cargas continua concentrado à noite e ao longo das madrugadas (57,4%), com maior número de ocorrências às segundas-feiras (40%).
Tipos de cargas
As operações com cargas fracionadas e produtos alimentícios foram as mais visadas pelas quadrilhas de roubo de cargas em 2024 no País. Juntos, estes tipos de carga representaram 72,5% dos prejuízos, percentual superior ao de 2023, quando somaram 66,7% do total sinistrado. Os eletrônicos ficaram com a terceira posição do ranking que, em 2023, era ocupada pelos cigarros (hoje, representam apenas 2,5% do prejuízo total).
Seguindo a tendência dos anos anteriores, as cargas fracionadas sofreram ataques principalmente nas regiões urbanas. Nesses trechos, o valor sinistrado correspondeu a 33,1% do total. O estado mais crítico foi São Paulo, onde a ação dos criminosos concentrou 51,5% dos prejuízos.
Fonte: Diário do Comércio