CNT alerta sobre os riscos que novo aumento do percentual de biodiesel pode causar

O presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, teve reunião com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira (22). Na ocasião, o mandatário da CNT expressou sua grande preocupação com o novo aumento do percentual de biodiesel de base éster ao diesel, que passará de 12% para 14% a partir de março de 2024.

O presidente da CNT sustentou que, para essa decisão, não deveria ser considerada apenas a capacidade de produção do insumo no Brasil, mas também as consequências desse aumento sobre o funcionamento dos veículos e os impactos econômico, ambiental e de segurança sobre toda a cadeia de transporte e logística do país.

Um estudo inédito da UnB (Universidade de Brasília) mostrou que o aumento no percentual de biodiesel a partir de 7% eleva a emissão de CO2 e diminui a potência dos motores, o que gera, por consequência, mais consumo de diesel e impacta a necessidade de maior importação desse combustível, comprometendo a segurança energética nacional.

A medida mais equilibrada, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental, já parametrizada há bastante tempo, é a mistura de 7%, adotada na Europa. Diversos países têm aplicado percentuais maiores de HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado – diesel verde), biocombustível mais evoluído e que não causa problemas mecânicos, em detrimento do uso de biodiesel de base éster.

O diesel é o principal insumo do transporte rodoviário, que é responsável pela movimentação de 65% das cargas e 95% dos passageiros no país. O setor, que não pode parar de mover o Brasil devido a problemas com combustível, tem se desdobrado, por meio de ações responsáveis e eficazes, para encontrar soluções ambientais que efetivamente descarbonizem a atividade transportadora.

Estudo de caso

A empresa Sambaíba Transportes Urbanos realizou testes, por sete meses, em sua frota, com o teor do biodiesel elevado na sua frota. De acordo com Marcos Araújo, diretor da empresa, que esteve presente na reunião com Alckmin, durante esse período, foram identificados grande quantidade de borra nas amostras de combustível retiradas tanto no tanque da garagem quanto nos tanques da frota. “Encontramos um cenário desfavorável do ponto de vista técnico, causando aumento de custo operacional, além de diversas ocorrências que prejudicaram o desempenho técnico da nossa frota”, explicou.

Fonte: CNT

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